Corinthians se preparou para o impeachment de Augusto Melo. Ele não é mais presidente. Mas Dorival está mantido. E Memphis fica
Melo sofreu o impeachment por parte do Conselho Deliberativo, ontem à noite. Está afastado do cargo. O vice Osmar Stabile assumiu de forma interina. Daqui dois meses, os sócios votarão se a saída de Melo é definitiva. Pelo menos, o futebol está blindado
Cosme Rímoli|Do R7

Ninguém no Parque São Jorge foi surpreendido.
Diretoria, Dorival Júnior, jogadores, chefes de organizadas, patrocinadores, jornalistas.
O presidente Augusto Melo foi oficialmente afastado do seu cargo.
Sofreu impeachment pelo Conselho Deliberativo.
A votação foi significativa pelo afastamento.
176 conselheiros votaram pela saída e apenas 57 por sua permanência.
O motivo foi a nebulosa intermediação dos R$ 360 milhões que o clube receberia da empresa de apostas, VaideBet, que seria patrocinadora máster, a partir de janeiro de 2024.
Intermediários teriam direito a 7% do contrato, R$ 25 milhões.
A Polícia Civil investigou denúncia de participação de ‘laranjas’, pessoas que nem sabiam da negociação, e teriam, falsamente, recebido dinheiro como intermediários.
Melo acabou sendo indiciado na semana ada.
Com o indiciamento perdeu o apoio das organizadas e de vários conselheiros.
E sua permanência ficou impossível.
Já prevendo a saída de Melo, dirigentes do clube trataram de blindar o futebol.
Conversaram com Dorival Júnior, Fabinho Soldado.
E Memphis Depay.
Garantiram ao trio, que nada mudaria sem Melo.
Pelo contrário, a direção iria apoiar ainda mais o futebol, porque as vitórias do time amenizariam a pressão de um impeachment.
Os três tiveram a certeza que continuarão no Parque São Jorge.
E os demais jogadores souberam que seus contratos serão respeitados e os salários e direitos de imagem seguirão sem atraso.
Foi a melhor providência.
A provável saída de Melo já era prevista quando Dorival ficou indeciso se aceitava ou não comandar o futebol do Corinthians.
Soldado também sabia, mas acreditava em uma reviravolta política, que não aconteceu.
E Memphis Depay ficou preocupado, mas o próprio Melo garantiu ao holandês que ele seguiria com seu contrato milionário normalmente.
O meia tem todo amparo legal para seguir atuando no Brasil.

Antes mesmo de começar a votação, Melo avisou aos jornalistas que sabia que não seguiria no Corinthians.
“O jogo não acabou, mas saio de cabeça erguida. Saio do Corinthians neste momento, por enquanto, com salários em dia há sete meses, com planejamento de um ano que tinha tudo para dar certo. Saio do Corinthians deixando um contrato com a Multipark no qual o Corinthians se tornaria sócio. Saio do Corinthians deixando o contrato pronto do nosso CT, o alojamento da base.
“Saio daqui muito feliz com o contrato da Adidas. A minha parte eu cumpri, com esses contratos todos saio daqui com mais de R$ 3 bilhões em arrecadação. Espero que tenham uma istração boa porque o Corinthians está em um patamar de equacionamento de dívidas. Todas minhas promessas foram cumpridas. Saio daqui, todos falaram de auditoria, e está feita. Está na mão do Conselho Fiscal. Espero que a torcida cobre isso. A minha parte eu fiz.
“Não é renúncia, ao contrário. Não vou participar dessa palhaçada. Não estou renunciando, vou brigar para continuar aqui. Vai ter a votação, eles são a maioria, não tenho dúvida de que a votação vai ar.”
Melo tinha razão.
Osmar Stabile assumiu desde ontem o cargo de presidente interino.
Ele terá cinco dias para convocar os sócios do Corinthians.
E, no máximo dois meses, eles deverão referendar a saída de Melo ou não.
A situação de Augusto é dificílima.
Se ele sair, haverá novas eleições no Corinthians.
Enquanto isso, as investigações da Polícia Civil continua.
E poderá transformá-lo em réu.
Pelo menos, o futebol do Corinthians está blindado.
O mais longe possível do impeachment de Augusto Melo...
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